Com a colheita da soja praticamente finalizada e a semeadura do milho safrinha concluída, o Brasil mantém forte desempenho nas exportações de grãos em 2025. Segundo a ANEC (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), até a primeira semana de abril, a colheita da oleaginosa havia atingido 97,7% da área, superando a média dos últimos cinco anos para o mesmo período. A antecipação da safra contribuiu para uma oferta maior no mercado, o que já se reflete nos embarques.
Entre janeiro e abril, o Brasil exportou 1 milhão de toneladas de soja a mais que no mesmo período de 2024, totalizando 13,5 milhões de toneladas somente em abril. A perspectiva é que o país alcance até 110 milhões de toneladas exportadas ao longo do ano, volume que pode exigir a extensão da janela de exportações até o início de 2026 — cenário semelhante ao registrado após a safra recorde de 2023.
Na cultura do milho, a colheita da primeira safra já alcança 73,3% da área. Apesar da diminuição contínua da área plantada nessa etapa, a segunda safra ganha cada vez mais relevância, com 17,9 milhões de hectares destinados à produção, contra 4,3 milhões da primeira. A expectativa é de uma produção total de até 136,7 milhões de toneladas em 2025, com consumo interno também elevado, atingindo 96,1 milhões de toneladas — sendo a maior parte voltada à alimentação animal e à produção de etanol.
No cenário internacional, a guerra tarifária ainda impõe desafios, mas a demanda chinesa segue aquecida, especialmente para a soja brasileira. Até abril, 75% das exportações dessa commodity tiveram como destino o país asiático. Esse interesse deverá impulsionar o line-up de navios nas próximas semanas, considerando o intervalo de até três meses entre negociação e embarque.
A ANEC projeta que em maio os embarques de soja fiquem entre 11,7 e 13,5 milhões de toneladas, com média estimada de 12,6 milhões. No entanto, a logística pode ser um fator limitante. O escoamento eficiente dependerá da infraestrutura portuária e do transporte interno, principalmente rodoviário, que tende a apresentar recuo nos preços de frete após o encerramento da colheita.
Com exportações aquecidas, produção em ritmo acelerado e forte demanda externa, o agronegócio brasileiro reforça seu papel estratégico na balança comercial do país, ainda que enfrente desafios logísticos e geopolíticos no curto prazo.
Com informações da ANEC
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