A revolução tecnológica no campo brasileiro tem ganhado ritmo acelerado com a combinação da Internet das Coisas (IoT), conectividade 5G e inteligência artificial (IA). Essa tríade tem transformado a produção agrícola em todas as suas etapas — do preparo do solo ao controle de pragas, passando por irrigação, colheita e logística — tornando o agronegócio cada vez mais conectado, eficiente e baseado em dados.
Sensores espalhados por plantações e pastos coletam, em tempo real, informações sobre clima, umidade, temperatura e saúde do solo. O 5G, com sua alta velocidade e baixa latência, garante a transmissão quase instantânea desses dados para plataformas de gestão, onde produtores podem tomar decisões estratégicas a partir de qualquer lugar.
“Hoje, o produtor não precisa mais esperar uma visita ao campo. Ele pode controlar tudo direto do celular ou do computador, evitando prejuízos e otimizando o tempo”, explica Marcelo Iasi, professor da Faculdade ESEG, do Grupo Etapa, e especialista em Internet das Coisas.
Estudos da Embrapa indicam que propriedades que adotaram sensores inteligentes registraram aumento de até 25% na produtividade e redução de até 20% nos custos operacionais. Isso porque a aplicação de insumos como água, fertilizantes e defensivos se torna mais precisa, reduzindo desperdícios e melhorando o desempenho das culturas. A tecnologia também diminui a necessidade de deslocamentos físicos, impactando diretamente nos custos com mão de obra e combustível.
A inteligência artificial desempenha papel central nesse processo. Com base em algoritmos que cruzam dados históricos e atuais, a IA determina, por exemplo, a quantidade exata de água a ser usada na irrigação, o momento ideal para a colheita e os locais com maior risco de pragas. Em vez de agir por intuição, o produtor rural passa a contar com decisões automatizadas, baseadas em evidências e previsões confiáveis.
O Brasil já registra casos concretos e inovadores de uso da IoT no campo. No oeste da Bahia e no Mato Grosso, fazendas utilizam sistemas de monitoramento em tempo real para pivôs de irrigação. No Paraná e em São Paulo, estações meteorológicas inteligentes alertam sobre geadas ou indicam os melhores momentos para pulverização. Em propriedades rurais mais conectadas, casas inteligentes com controle remoto de segurança, iluminação e climatização tornam-se realidade. Na pecuária, coleiras inteligentes monitoram a saúde e a produtividade do gado.
Apesar dos avanços, a adoção dessas tecnologias ainda enfrenta desafios. O custo inicial de sensores, softwares e infraestrutura representa um obstáculo relevante, especialmente para pequenos e médios produtores que operam com margens reduzidas.
“Há uma necessidade urgente de políticas públicas e linhas de crédito que incentivem a digitalização do campo, além de programas de capacitação técnica”, reforça Iasi.
Outro entrave é a conectividade limitada em regiões rurais. Apesar da expansão do 5G em grandes centros urbanos, muitas áreas do interior ainda enfrentam instabilidade ou ausência de sinal. Iniciativas como o programa Conecta Agro e parcerias entre bancos, operadoras e agtechs buscam reduzir essa lacuna, com projetos voltados à ampliação da cobertura e financiamento de soluções tecnológicas.
Para Marcelo Iasi, o futuro da agricultura no Brasil está diretamente ligado à democratização do acesso à tecnologia.
“Se conseguirmos levar conectividade e conhecimento técnico a todas as regiões do país, o impacto será profundo: mais sustentabilidade, menos desperdício e maior rentabilidade para o produtor, independentemente do porte da propriedade”, conclui.
Com informações da assessoria de imprensa
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