O Governo Federal lançou o 2º Leilão Eco Invest, iniciativa que visa recuperar 1 milhão de hectares de terras degradadas em cinco biomas brasileiros — Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga, Pampa e Pantanal. A ação faz parte do Programa Caminho Verde Brasil e é coordenada pelos ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Segundo o governo, o projeto será financiado por meio de um modelo de Blended Finance, que combina recursos públicos e privados. A expectativa é alavancar até R$ 10 bilhões em investimentos para impulsionar práticas agrícolas sustentáveis, aumentar a produtividade e preservar o meio ambiente. Um leilão específico para a Amazônia, dadas suas particularidades, está previsto para ser realizado nos próximos meses.
“O leilão do Eco Invest é um pilar central do nosso Programa de Transformação Ecológica, o Novo Brasil”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele destacou que a iniciativa busca promover ganhos de produtividade e expansão da cobertura vegetal permanente, além de oferecer maior previsibilidade para os produtores rurais.
Oportunidades para o setor produtivo
O programa pretende beneficiar produtores rurais, cooperativas agropecuárias e empresas da cadeia do agronegócio, como fabricantes de bioinsumos, processadoras de alimentos e usinas de biocombustíveis. Para acessar o financiamento, os projetos devem cumprir rigorosos critérios ambientais, como o monitoramento de emissões de gases de efeito estufa e a análise periódica da qualidade do solo.
O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, destacou o caráter inclusivo da iniciativa.
“O Eco Invest agrega impacto social ao promover a inclusão produtiva dos pequenos produtores e o fortalecimento da segurança alimentar interna”.
Chamada pública e novos instrumentos financeiros
O Tesouro Nacional também abriu uma chamada pública para receber propostas de projetos de recuperação de terras degradadas, permitindo que cooperativas, empresas e produtores apresentem seus planos até 13 de junho de 2025. As propostas serão avaliadas pelas instituições financeiras participantes do leilão.
Para estruturar os financiamentos, o governo incentivará a criação de Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) e de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), ampliando as opções de atração de capital privado.
Plano ambicioso para os próximos dez anos
Com o Caminho Verde Brasil, o governo pretende recuperar 40 milhões de hectares de áreas degradadas até 2035, sem necessidade de expansão sobre áreas de vegetação nativa.
“Podemos praticamente dobrar a área de produção de alimentos sem desmatamento”, afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Para ele, a estratégia abre novas portas para o Brasil no mercado internacional, atraindo investimentos sustentáveis e reforçando a segurança alimentar global.
O presidente do BID, Ilan Goldfajn, elogiou a iniciativa brasileira e afirmou que o Eco Invest pode se tornar um modelo replicável internacionalmente.
“Com inovação e cooperação, mostramos que é possível superar barreiras e destravar bilhões em capital privado”, disse.
Com informações do Mapa
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