O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) encerrou 2024 com resultados expressivos em sua atuação financeira e de fomento. Com um lucro líquido de R$ 26,4 bilhões — alta de 20,5% frente a 2023 —, a instituição alcançou a maior injeção de crédito de sua história, com R$ 276,5 bilhões em aprovações e garantias, além de manter a inadimplência praticamente nula, em apenas 0,001%.
O desempenho foi apresentado nesta terça-feira (25), na sede do banco, no Rio de Janeiro, com a presença do presidente Aloizio Mercadante e da diretoria executiva. Segundo ele, o avanço se deve ao esforço de reestruturação das políticas de crédito e à atuação coordenada com agentes parceiros.
“Foi um trabalho extraordinário. Atingimos um recorde histórico com um impacto direto na economia, superando em 81% o volume registrado em 2022”, afirmou Mercadante.
Indústria supera o agro pela primeira vez desde 2017
Um dos destaques do relatório foi o volume de crédito destinado à indústria, que, pela primeira vez em sete anos, superou os valores liberados para o agronegócio. O setor industrial recebeu R$ 52,4 bilhões em aprovações, crescimento de 132% em relação a 2022. Já o agronegócio recebeu R$ 52,3 bilhões, com aumento de 92% no mesmo período.
“Isso mostra o sucesso das políticas voltadas à reindustrialização, especialmente com a Nova Indústria Brasil (NIB)”, destacou o diretor financeiro do BNDES, Alexandre Abreu.
Carteira de crédito atinge maior valor desde 2017
A carteira de crédito do BNDES atingiu R$ 584,8 bilhões — crescimento de 13,6% em 12 meses —, sendo a maior desde 2017. Desse total, R$ 35,3 bilhões estão alocados em debêntures, um recorde histórico, segundo o banco. As operações classificadas como de baixo risco (níveis AA a C) representam 97% da carteira, patamar superior ao do sistema financeiro nacional.
MPMEs e garantias: foco na capilaridade e inclusão
Outro destaque foi o volume direcionado a micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que totalizou R$ 156,3 bilhões entre operações diretas e via garantias. Somente os fundos garantidores do banco foram responsáveis por alavancar R$ 63,9 bilhões em crédito. Os programas abrangeram desde o tradicional Fundo Garantidor de Investimentos (BNDES FGI) até iniciativas emergenciais como o PEAC Crédito Solidário RS, voltado às empresas afetadas por inundações no Rio Grande do Sul.
Captações, clima e novos instrumentos financeiros
Em 2024, o BNDES diversificou suas fontes de captação. Destacam-se a retomada do mercado doméstico, com emissões de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) e de Desenvolvimento (LCDs), que somaram R$ 12,4 bilhões. No plano internacional, o banco captou R$ 8,6 bilhões junto a instituições como China Development Bank (CDB), New Development Bank (NDB) e Instituto de Crédito Oficial (ICO). Parte desses recursos será utilizada em projetos voltados à mitigação das mudanças climáticas, por meio do Fundo Clima e do recém-criado Fundo de Investimento em Infraestrutura Social.
Patrimônio e robustez financeira
O patrimônio líquido do BNDES atingiu R$ 158,4 bilhões, aumento de 4,7% frente ao ano anterior. O índice de Basileia fechou o ano em 28,2%, bem acima dos 10,5% exigidos pelo Banco Central, mesmo após o pagamento de R$ 13,6 bilhões em dividendos extraordinários à União.
Projeções para 2026
A meta do banco é ambiciosa: alcançar aprovações equivalentes a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2026, com desembolsos correspondentes a 1,5%.
“Muitos dos projetos aprovados nos últimos anos são de médio e longo prazos. Vamos avançando nas liberações em tranches, acompanhando as obras”, explicou Mercadante.
Os resultados refletem um BNDES mais ativo na retomada do crescimento econômico, alinhado com políticas de desenvolvimento sustentável e inovação, e com atenção especial às pequenas empresas e à transição verde da economia brasileira.
Com informações do BNDES
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