A comercialização do melão registrou uma forte retração em março de 2025, com queda de 39,1% no preço médio nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) acompanhadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). De acordo com o Boletim Hortigranjeiro de abril, o produto, que vinha apresentando bom desempenho nos meses anteriores, foi impactado por um conjunto de fatores que resultaram em perdas significativas para os produtores, especialmente do Nordeste, principal polo produtor da fruta no país.
Entre os fatores que explicam a queda estão o aumento da oferta interna, a redução da demanda com o fim do verão e as dificuldades logísticas enfrentadas para escoamento da produção. Além disso, houve uma menor procura internacional, reduzindo as exportações e ampliando a disponibilidade do melão no mercado doméstico, o que pressionou ainda mais os preços para baixo.
Estados como Rio Grande do Norte e Ceará, líderes nacionais na produção de melão, viram o valor pago pelo quilo da fruta cair de forma acentuada nos entrepostos. Em Fortaleza, por exemplo, o preço médio recuou de R$ 3,63/kg para R$ 1,90/kg. Já em Recife, o valor passou de R$ 3,59/kg para R$ 2,13/kg, conforme registrado pela Conab.
Para muitos pequenos e médios produtores, essa redução representou prejuízo, uma vez que o custo de produção não foi coberto pela receita obtida com as vendas. Além disso, a maior parte da produção é altamente perecível e não pode ser armazenada por longos períodos, o que força a venda rápida, mesmo com margens reduzidas ou negativas.
Segundo a Conab, o cenário reforça a vulnerabilidade dos produtores a oscilações bruscas no mercado e a necessidade de políticas públicas voltadas à regulação da oferta, ampliação da capacidade de armazenamento e incentivo à diversificação de canais de comercialização.
O relatório também aponta que a concentração da produção em poucas regiões e o alto custo logístico para o transporte até os centros consumidores do Sudeste e Sul dificultam a competitividade do produto nordestino em períodos de excesso de oferta.
Especialistas recomendam medidas como o fortalecimento de cooperativas, investimentos em câmaras frias e maior apoio à exportação, especialmente para mercados da Europa e Ásia, como forma de minimizar os impactos da sazonalidade no mercado interno.
“A queda no preço do melão é um alerta para a necessidade de estruturação mais sólida da cadeia produtiva da fruticultura no Nordeste. É preciso garantir que o produtor tenha suporte para enfrentar períodos de baixa, sem comprometer a próxima safra ou abandonar a atividade”, afirma a análise técnica da Conab.
Com informações da Conab
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