O primeiro trimestre de 2025 foi marcado por uma combinação de aumento da oferta, variações climáticas e dificuldades logísticas no mercado hortigranjeiro nacional. É o que aponta o Boletim Hortigranjeiro de abril, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que analisou o desempenho dos principais produtos em centrais de abastecimento do país.
Com base em dados de nove Ceasas – Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Fortaleza (CE), Goiânia (GO) e Vitória (ES) –, o levantamento revela que, apesar de quedas nos preços em diversos itens, o cenário é de alerta para produtores, atacadistas e consumidores.
Entre os destaques, o tomate e a cenoura encerraram o trimestre em queda de preços na maioria das centrais, resultado de uma produção intensa e da demanda retraída, ainda impactada pelo poder de compra reduzido da população. Já hortaliças como alface e batata enfrentaram oscilações de preço mais acentuadas por conta de questões climáticas.
No grupo das frutas, os preços do melão e da melancia caíram com força, sobretudo em Fortaleza, Vitória e Recife, por causa do pico da safra no Nordeste e maior concentração da oferta. Em contrapartida, a maçã iniciou o ano em trajetória de alta, reflexo da quebra na produção da safra 2024/25 e da menor oferta no atacado.
Segundo a Conab, a melhora nas condições climáticas em várias regiões foi positiva para o desempenho de algumas culturas, mas os gargalos logísticos persistem. Problemas com transporte, armazenamento e infraestrutura nos entrepostos ainda impactam negativamente a fluidez da comercialização e os custos operacionais.
O boletim reforça a necessidade de investimentos contínuos em logística, acesso a crédito e modernização das cadeias produtivas.
“Com a maior disponibilidade de produtos e a entrada da safra de inverno, espera-se que os preços continuem em níveis mais baixos. No entanto, a capacidade de distribuição e a demanda seguirão como fatores decisivos para a estabilidade do mercado”, destaca a análise da Conab.
Com informações da Conab
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