A safra de laranja 2024/25 no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro encerrou-se com uma produção total de 230,87 milhões de caixas de 40,8 kg, de acordo com a reestimativa publicada pelo Fundecitrus em 10 de abril. Embora o volume represente um ligeiro aumento de 1% em relação à projeção anterior de fevereiro, ele é 24,85% inferior à safra de 2023/24, quando foram colhidas 307,22 milhões de caixas, e marca a segunda menor produção dos últimos 37 anos.
A quebra significativa é atribuída, principalmente, às condições climáticas adversas que impactaram o desenvolvimento dos frutos. O tempo seco, ondas de calor intensas e a emissão extremamente tardia da quarta florada reduziram a produtividade. Outro fator agravante foi a incidência da doença greening, responsável pela queda prematura de 25 milhões de caixas – o equivalente a 9,05% das perdas totais.
Condições climáticas e impactos
Entre maio de 2024 e março de 2025, o volume de chuvas na região ficou 20% abaixo da média histórica, segundo dados da Climatempo. Em áreas como Bebedouro e Matão, as reduções chegaram a 41% e 39%, respectivamente. Além disso, as temperaturas máximas registradas superaram a média em até 4 °C, acelerando a maturação e forçando uma colheita antecipada. Em agosto de 2024, cerca de 45% da safra já havia sido colhida, e esse percentual saltou para 80% em novembro.
Detalhamento da produção
A produção total ficou distribuída da seguinte forma:
- Hamlin, Westin e Rubi (precoces): 37,63 milhões de caixas
- Outras precoces: 15,60 milhões de caixas
- Pera Rio (meia-estação): 74,70 milhões de caixas
- Valência e Folha Murcha (tardias): 75,99 milhões de caixas
- Natal (tardia): 26,95 milhões de caixas
Cerca de 14,94 milhões de caixas foram produzidas especificamente no Triângulo Mineiro.
O peso médio dos frutos colhidos nesta safra foi de 159 gramas, abaixo da média histórica de 163 g e dos 169 g inicialmente projetados. Também foi necessário um maior número de frutos por caixa: 256, em média, ante os 241 da safra passada.
Taxas de queda e perdas
Apesar dos desafios, a taxa média de queda de frutos foi a menor em cinco anos: 17,8%. Essa taxa, no entanto, ainda representou a perda de cerca de 50 milhões de caixas. Além do greening, pragas como o bicho-furão e as moscas-das-frutas contribuíram com a perda de 12 milhões de caixas, enquanto a queda natural e mecânica somaram outras 8 milhões.
Expectativas
A estimativa da próxima safra (2025/26) será divulgada no dia 9 de maio, às 10h, em evento no Fundecitrus, com transmissão ao vivo e tradução simultânea para o inglês pelo canal oficial no YouTube. O levantamento incluirá também o inventário atualizado de árvores cítricas.
Com os efeitos do clima e de pragas cada vez mais severos, o setor citrícola brasileiro enfrenta o desafio de recuperar a produtividade, melhorar a resistência fitossanitária e garantir maior previsibilidade à produção. A antecipação da colheita e os esforços de reavaliação ao longo da safra foram estratégias essenciais para mitigar as perdas e fornecer um panorama mais preciso da real situação do campo.
Com informações da Fundecitrus
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