O governo brasileiro lamentou a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas adicionais de 10% sobre todas as exportações do Brasil para o mercado norte-americano. O anúncio, feito nesta terça-feira (2), gerou preocupação entre autoridades e setores produtivos brasileiros, que consideram a medida uma violação dos compromissos assumidos pelos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Segundo dados do próprio governo norte-americano, o superávit comercial dos EUA com o Brasil foi de US$ 7 bilhões em 2024, considerando apenas bens. Quando somados bens e serviços, o superávit sobe para US$ 28,6 bilhões, sendo o terceiro maior superávit comercial dos EUA no mundo. Nos últimos 15 anos, os Estados Unidos registraram um saldo positivo de US$ 410 bilhões no comércio com o Brasil.
Diante desse cenário, o governo brasileiro refuta a justificativa americana de que a medida visa reestabelecer o equilíbrio e garantir “reciprocidade comercial”. A imposição de tarifas afeta setores estratégicos como o aço, alumínio e automóveis, podendo impactar toda a cadeia produtiva e o fluxo comercial entre os dois países.
Ações do Brasil contra as tarifas
O governo brasileiro já está articulando medidas para defender os interesses dos trabalhadores e das empresas nacionais. Em consulta com o setor privado, o Brasil pretende negociar com o governo norte-americano para reverter as tarifas e minimizar seus impactos negativos.
Caso não haja avanços no diálogo diplomático, o Brasil avalia recorrer à Organização Mundial do Comércio, buscando garantir o cumprimento das regras multilaterais de comércio internacional. Outra medida considerada é a adoção de ações de reciprocidade comercial contra produtos e serviços dos Estados Unidos.
O governo também ressaltou a importância do Projeto de Lei da Reciprocidade Econômica, recentemente aprovado pelo Senado Federal e em tramitação na Câmara dos Deputados. O projeto visa estabelecer medidas de retaliação comercial para países que adotem barreiras injustificadas contra produtos brasileiros.
Enquanto busca soluções por meio do diálogo diplomático, o Brasil reforça seu compromisso com o livre comércio e com o sistema multilateral regido pela OMC, ao mesmo tempo em que se prepara para defender seus interesses no mercado internacional.
Por Cristiane Ferreira
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