O consumo nos lares brasileiros registrou crescimento de 2,22% em janeiro na comparação com o mesmo mês de 2024, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No entanto, em relação a dezembro, houve uma queda de 11,51%, reflexo da sazonalidade do consumo no fim do ano.
O aumento do emprego e da renda tem impulsionado o consumo, mas a inflação de alimentos e bebidas, que avança pelo quinto mês consecutivo, tem impactado o poder de compra das famílias. Segundo o vice-presidente da Abras, Marcio Milan, essa alta exige dos consumidores mais cautela na escolha dos produtos e uma busca intensa por preços mais competitivos nos supermercados.
Entre os fatores que ajudaram a movimentar a economia em janeiro, destacam-se o pagamento de R$ 13,8 bilhões do Bolsa Família, beneficiando 20,48 milhões de famílias, e o repasse de R$ 575 milhões do Auxílio-Gás. Além disso, a injeção de recursos do PIS/Pasep, que totalizará R$ 30,7 bilhões ao longo do ano, e o reajuste de 7,5% no salário mínimo, que deve impactar a economia em R$ 125,4 bilhões, também são apontados como fatores positivos.
AbrasMercado: preços desaceleram, mas café e tomate disparam
O índice AbrasMercado, que mede a variação de preços nos supermercados, desacelerou em janeiro após cinco meses consecutivos de alta. A variação foi de 0,78%, abaixo dos 1,82% registrados em dezembro e dos 3,02% de novembro. Com isso, o preço médio da cesta de 35 produtos passou de R$ 794,56 para R$ 800,75 na média nacional.
Entre os produtos básicos, houve queda nos preços do leite longa vida (-1,53%), feijão (-1,35%), óleo de soja (-0,87%) e arroz (-0,54%). Já os maiores aumentos foram registrados no café torrado e moído (+8,56%) e no açúcar refinado (+1,78%).
O café teve um aumento ainda mais expressivo na região Sul (+12,39%) e no Norte (+11,53%), acumulando uma alta de 50,34% nos últimos 12 meses.
No setor de proteínas, os preços do frango congelado (+2,51%), carne bovina traseiro (+1,74%) e ovos (+0,89%) subiram, enquanto o pernil (-0,95%) e a carne bovina dianteiro (-1,45%) registraram queda.
Entre os hortifrutigranjeiros, o tomate (+20,27%) e a cebola (+7,99%) tiveram aumentos expressivos, enquanto a batata (-9,12%) apresentou recuo nos preços.
Variação regional e impacto no poder de compra
A maior alta no preço da cesta foi registrada na região Norte (+1,49%), impulsionada pelo aumento no café. O valor médio da cesta subiu de R$ 861,10 para R$ 873,92.
Outras variações regionais incluem:
- Nordeste: +1,08% (de R$ 706,06 para R$ 713,65)
- Sul: +0,86% (de R$ 866,17 para R$ 873,59)
- Centro-Oeste: +0,62% (de R$ 757,23 para R$ 761,92)
- Sudeste: +0,62% (de R$ 811,09 para R$ 816,15)
Já a cesta de 12 produtos básicos manteve-se praticamente estável, com variação de 0,10%, atingindo R$ 345,56 na média nacional.
Em meio a esse cenário, os consumidores seguem ajustando suas compras, priorizando produtos mais acessíveis e buscando alternativas para equilibrar o orçamento diante da alta dos preços.
Cristiane Ferreira dos Santos
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