A Câmara Americana de Comércio (Amcham Brasil) se manifestou sobre o anúncio do Fair and Reciprocal Plan, feito pelo governo dos Estados Unidos em 13 de fevereiro. O plano visa identificar e corrigir medidas comerciais não recíprocas, abrangendo tarifas, barreiras não tarifárias, impostos discriminatórios e subsídios.
A entidade destacou que a relação econômica e comercial entre Brasil e Estados Unidos é equilibrada e benéfica para ambos os países, favorecendo empresas, trabalhadores e consumidores. A complementariedade das economias e a forte presença de empresas americanas no Brasil reforçam essa parceria, tornando os Estados Unidos um fornecedor confiável para o setor produtivo brasileiro e o Brasil, um mercado estratégico para empresas americanas.
Superávit americano e tarifas reduzidas
De acordo com estatísticas do governo norte-americano, entre 2014 e 2023, os Estados Unidos acumularam um superávit de US$ 263,1 bilhões no comércio de bens e serviços com o Brasil. Somente em 2024, o saldo positivo em bens para os EUA foi de US$ 7,3 bilhões, o sétimo maior entre os parceiros comerciais do país.
A Amcham Brasil enfatizou que as tarifas de importação praticadas pelo Brasil seguem compromissos internacionais, com participação dos EUA nessas negociações. Embora a tarifa média nominal brasileira para o mundo seja de 12,4%, a tarifa efetiva aplicada às importações americanas é de apenas 2,7%.
Essa diferença ocorre devido à alta participação de produtos americanos isentos de tarifas, como aeronaves e suas partes, petróleo bruto e gás natural, além de regimes aduaneiros especiais, como drawback, ex-tarifário e Recof, que reduzem ou eliminam impostos. Como resultado, mais de 48% das exportações americanas para o Brasil entram sem tarifas, enquanto outros 15% enfrentam alíquotas de no máximo 2%.
Diante da importância da relação bilateral e dos benefícios mútuos, a Amcham Brasil reforçou a necessidade de diálogo entre os governos de Brasil e Estados Unidos para encontrar soluções negociadas e equilibradas. A entidade destacou que a cooperação é fundamental para evitar impactos negativos no comércio bilateral e garantir que ambas as economias continuem a se beneficiar da parceria consolidada ao longo dos anos.
Com informações da AMCHAM
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