A inflação dos alimentos tem pesado no bolso dos brasileiros, reflexo de fatores climáticos adversos e do aumento dos custos de produção. Em 2024, o excesso de chuvas no sul e a seca no centro-oeste causaram perdas significativas na produção agrícola, com uma redução estimada de 30 milhões de toneladas nas lavouras de milho, soja e feijão.
A escassez de grãos, combinada com a crescente demanda global por proteínas, pressionou os preços dos alimentos tanto no mercado interno quanto no internacional. Apesar de uma leve redução nos preços de alguns insumos agrícolas, como fertilizantes e defensivos, os custos com energia elétrica, logística e serviços continuam elevados, dificultando a contenção da inflação no setor.
Intervenção no mercado não é solução viável, alerta setor
Diante desse cenário, cresce a preocupação sobre a possibilidade de o governo intervir no mercado para tentar conter os preços. No entanto, especialistas do setor agropecuário alertam que medidas desse tipo já se mostraram equivocadas no passado, desorganizando o mercado, afastando investidores e reduzindo a oferta de alimentos.
Para José Zeferino Pedrozo, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC), o caminho para mitigar os impactos da inflação alimentar passa pelo fortalecimento do crédito rural. Ele destaca que, embora o governo tenha anunciado recursos para financiamento agrícola, muitos produtores enfrentam dificuldades com a burocracia e a demora na liberação dos valores, o que prejudica o plantio e, consequentemente, a produtividade no campo.
Importação de alimentos também não resolveria o problema
Outra alternativa cogitada para aliviar a pressão sobre os preços, a importação de alimentos, não se apresenta como solução viável. Com a desvalorização do real frente ao dólar e outras moedas, produtos importados chegariam ao mercado nacional com preços ainda mais altos do que os alimentos produzidos internamente.
Previsão de safra recorde pode reequilibrar mercado
Apesar dos desafios, há uma expectativa positiva para 2025. Estima-se que o Brasil alcance uma safra recorde de 330 milhões de toneladas, o que deve contribuir para reequilibrar a relação entre oferta e demanda, normalizando os preços dos alimentos para os consumidores.
Para Pedrozo, o país não precisa reinventar soluções, mas sim fortalecer políticas de incentivo ao setor primário da economia, que inclui agricultura, pecuária, pesca e extrativismo. Dessa forma, o Brasil pode manter sua posição de liderança na produção de alimentos para o mundo, garantindo segurança alimentar para sua população e impulsionando o desenvolvimento do agronegócio.
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