Com a eleição de Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos, as atenções se voltam para as potenciais consequências que essa mudança pode trazer para o comércio internacional, especialmente para o agronegócio brasileiro. O ex-ministro da Agricultura e professor emérito da FGV, Roberto Rodrigues, discute como as promessas de Trump de aumentar a taxação de produtos de países como China, Canadá e México podem impactar o Brasil.
Rodrigues destaca que, embora seja prematuro fazer uma análise completa sobre os resultados da eleição, já é possível identificar algumas tendências. Trump é um nacionalista que busca proteger os interesses americanos, o que pode resultar em tarifas de importação mais altas e, consequentemente, em um aumento no custo de vida e inflação nos Estados Unidos. Essa política de proteção pode também levar à reindustrialização do país, com a instalação de indústrias mais próximas do mercado interno.
O professor enfatiza que, em meio a essas mudanças, a agricultura brasileira deve ficar atenta. Aumento de tarifas pode impactar negativamente os acordos internacionais e, por extensão, o agronegócio. Rodrigues usa a metáfora de “elefantes brigando”, onde, em um cenário de disputa entre grandes potências como os Estados Unidos e a China, quem realmente sofre as consequências é o “gramado”, ou seja, os países menores, como o Brasil.
A análise de Roberto Rodrigues sugere que o Brasil deve monitorar de perto os desdobramentos dessa nova era sob a presidência de Trump. A proteção ao cidadão americano pode gerar desafios significativos para o comércio brasileiro, especialmente no setor agrícola, que depende da estabilidade e das condições favoráveis no mercado internacional. Assim, a atenção será fundamental para entender e se adaptar às novas dinâmicas que estão por vir.
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