Recentemente, a China anunciou o início de uma investigação sobre as importações de carne bovina, uma medida que pode ter consequências significativas para as exportações brasileiras. O assunto foi discutido no Agromais, onde Lígia Pimentel, fundadora da Griffato, trouxe informações sobre o que isso pode significar.
A investigação chinesa, que tem um prazo estimado de 8 a 12 meses para ser concluída, visa avaliar a influência das importações de carne nos preços domésticos do boi gordo. A China, que busca proteger sua indústria pecuária, considera a possibilidade de aplicar medidas de salvaguarda se for comprovado que as importações estão impactando negativamente os preços internos. Essas medidas podem incluir restrições temporárias, tarifas extras ou a implementação de cotas de importação.
Os produtores chineses têm expressado preocupações sobre como o aumento das importações de carne, especialmente do Brasil, pode estar contribuindo para a queda dos preços da carne e do gado, desencentivando a produção local. A meta da China é alcançar a autossuficiência na produção de carne até 2030, mas a realidade atual mostra que a dependência das importações ainda é alta, o que gera desafios para a indústria interna.
A situação é ainda mais complexa considerando o histórico recente: em 2019, a peste suína africana dizimou uma significativa parte do rebanho suíno na China, levando a um aumento na demanda por outras proteínas, como a carne bovina. Agora, com os preços deprimidos, o cenário é inverso e há uma percepção de que as importações excessivas estão prejudicando a produção local.
Lígia Pimentel destaca a importância de o Brasil se preparar para possíveis intervenções chinesas, já que a China representa cerca de 55 a 60% das exportações brasileiras de carne bovina. A necessidade de diversificação de mercados é fundamental para mitigar riscos comerciais, e o Brasil já tem buscado alternativas, como aumentar as exportações para os Estados Unidos e outros mercados no Oriente Médio.
Diante desse cenário, a investigação e suas consequências ainda são incertas, mas o Brasil deve estar atento às movimentações do mercado e às possíveis medidas que a China poderá implementar. A relação comercial entre os dois países, marcada por uma intensa dependência mútua, pode estar prestes a passar por novos desafios nos próximos meses.
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