A inflação disparou no ano passado e, entre os fatores que contribuíram para esse cenário, o café, uma das bebidas mais consumidas pelos brasileiros, se destacou. O aumento significativo no preço do café pode ser atribuído a uma combinação de fatores climáticos e econômicos. A quebra da safra, provocada por um período de estiagem severa, resultou em uma produção abaixo do esperado. Reinaldo, produtor de café no Distrito Federal, relata que nunca havia cobrado tanto por sua produção. O preço do café que antes custava R$ 11 no supermercado agora chega a R$ 25, um aumento de quase 130%.
De acordo com o Centro de Pesquisas Avançadas em Economia Aplicada (CPAE), o clima quente prejudicou o desenvolvimento dos grãos, resultando em colheitas menores. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que já são quatro safras consecutivas abaixo do recorde histórico de 2021. O café arábica, por exemplo, alcançou o maior preço da série histórica, com a saca de 60 kg atingindo R$ 2.159, o que representa o maior valor dos últimos 47 anos no mercado internacional.
Paradoxalmente, enquanto os preços internos disparam, as exportações de café do Brasil também atingiram recordes. Em 2023, o volume de exportações foi o maior em quatro anos, com arrecadação de mais de 11 bilhões de dólares, um aumento de 55% em relação ao ano anterior. Esse crescimento está, em grande parte, ligado à quebra de safra do Vietnã, o segundo maior produtor de café do mundo, o que impulsionou a demanda pelo produto brasileiro.
O Presidente do Conselho Nacional do Café expressa preocupação com a situação, mas acredita que uma estabilidade de preços poderá ser alcançada no mercado interno. Para os consumidores, no entanto, a realidade é de incerteza, com o preço final do café impactando diretamente o dia a dia. O brasileiro, que consome café diariamente, pode precisar se adaptar a essas novas condições de mercado.
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