As exportações de café do Brasil atingiram um volume recorde em setembro de 2024, com 4,464 milhões de sacas enviadas ao exterior, representando um crescimento de 33,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Segundo relatório mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) receita cambial alcançou US$ 1,194 bilhão, um aumento de 84,5%, também o maior valor histórico para o mês. No acumulado do ano, de janeiro a setembro, as exportações somaram 36,4 milhões de sacas, um recorde impulsionado pela demanda global.
Apesar desse desempenho positivo, o setor enfrenta desafios logísticos, como escassez de contêineres e atrasos nos portos, que vêm impactando os exportadores. De acordo com Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, aproximadamente 2 milhões de sacas de café estão acumuladas nos portos devido a essas dificuldades.
“Infelizmente, não tivemos alteração no cenário logístico e seguimos nos deparando com grandes e constantes atrasos de navios para exportação”, afirma Ferreira. Esse cenário tem gerado custos extras às empresas, como armazenagem adicional e detentions, aumentando os prejuízos.
Ferreira também menciona o esforço do Cecafé em manter o diálogo com os terminais portuários e autoridades de comércio exterior para buscar soluções e reduzir os impactos desses gargalos.
“Os exportadores estão bancando, literalmente, esse desempenho”, completa, ressaltando o compromisso das empresas em honrar seus contratos internacionais, mesmo em meio aos desafios.
Entre as soluções adotadas para mitigar os problemas logísticos, Ferreira cita o uso de embarques via break bulk, modalidade alternativa que permite o transporte de grandes volumes de café em sacos. A prática, comum na década de 1960, foi utilizada recentemente para garantir a continuidade das exportações.
Os Estados Unidos permanecem o principal destino do café brasileiro, com 5,770 milhões de sacas importadas de janeiro a setembro de 2024, um aumento de 31,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, reforçando o protagonismo do país nas exportações brasileiras.
Por Cristiane Ferreira, com informações da Cecafé
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